segunda-feira, maio 16, 2005

As Lágrimas da Vida

Apetece-me muito chorar... Mas não são lágrimas de dor ou de infelicidade... São as lágrimas da vida. As lágrimas que escorrem pelo olhos carregadas de sentimentos e de segredos guardados no coração. Lágrimas que preenchem o coração, sem malícia, sem dor... Lágrimas benignas e nostálgicas que não precisam de razões para serem choradas... Apetece-me chorar. O meu coração está carregado desta lágrimas sem dor. Eu sou. Eu tenho tudo. Eu amo a minha vida. Eu amo a minha realidade, mas tenho o coração cheio das lágrimas dos meus sonhos. E apenas os meus sonhos me conduzem e me libertam para a realidade.
Apetece-me chorar...
Sem dor...
Sem sofrimento...
Apenas alívio.
Estou numa gruta na praia, deitada contigo, embalada nos teus braços a chorar... E depois fazemos amor.
Estou sozinha, como sempre estive. Tenho te a ti ao meu lado, mas sou. Sou. Sou. Sou. Não somos. Não há plural na minha vida. Apenas o meu singular que esteve comigo toda a vida e me ajudou sempre.
Não há mão a agarrar-me na escuridão, nem há grito de socorro na minha garganta. Não há necessidade de apoio, nem crença de suporte incondicional. Há apenas eu. Eu que sou. E tu que és ao meu lado.
Se isto não fizer sentido, não sei o que mais poderá fazer.
Eu sou.
Eu sou sozinha.
Eu fui, sou e sempre serei.
Essas são as lágrimas da vida.
Vou-me embora.
E sentada num canto escuro, sozinha, a sentir-me envolta laguidamente pelas trevas e segura na paz do silêncio... Talvez chore.
Regressei a casa... Com os olhos preenchidos de lágrimas da vida.